sexta-feira, 16 de setembro de 2011

MARANHÃO EMPOBRECIDO

Segundo dados do IBGE, 8,5% da população brasileira vive abaixo da linha de pobreza, porque ganham até R$ 70,00 ao mês. Deste percentual, o Maranhão é o estado que tem proporcionalmente a maior concentração de pessoas na extrema pobreza. Os números são alarmantes, 25,7% de nossa população, ou seja, 1,7 milhões de habitantes vivem, ou melhor, sobrevivem nesta condição. É importante destacar que mais de um milhão desses, estão no meio rural, e com certeza a grande maioria dos excluídos que estão nas cidades, vieram obrigados por falta de oportunidade de uma vida digna no campo. A responsabilidade de tal situação, fica por conta da classe política e governantes de nosso estado, que ao longo dos últimos 30 anos, ao invés de fortalecerem os instrumentos públicos de apoio a agricultura familiar, fizeram exatamente o contrário, ao invés de fortalecer o desenvolvimento sustentável, “eles” acabaram com a Empresa Maranhense de Assistência Técnica e Extensão Rural-EMATER  e todos os demais instituições e instrumentos ligados a agricultura familiar produtora de alimento .
Voltando a nossa triste história, lembramos que na onda de estado mínimo, O Governo maranhense foi o único no Brasil a tomar essa infeliz decisão, e como consequência deixamos de ser o 2º maior produtor de arroz do Brasil, passando a ser importador de quase tudo que comemos, além de ser hoje, o estado brasileiro da população mais pobre do Brasil.
Ainda como consequência da falta de políticas de apoio e estimulo a produção agrícola familiar, centenas de famílias maranhenses, que deveriam estar produzindo alimentos para o nosso consumo e até para exportação, atualmente vivem do Programa Bolsa Família, do Governo Federal, e de benefícios do INSS como: aposentadoria rural, pensão,salário maternidade, auxílio doença e outros. Continuando assim, sem produção e geração de renda da agricultura familiar.
O Plano Brasil sem miséria lançado pelo o governo Dilma Roussef, sem dúvida é relevante, porque garante continuidade aos Programas de transferência de renda já executado no governo do ex presidente Lula, porém, acaba não atingindo as principais questões estruturantes, causadoras da pobreza extrema, a exemplo da reforma agrária.
Já considerando o Plano anunciado pelo o atual governo de estimulo a agricultura empresarial embasado na monocultura da soja, cana de açúcar e plantação de eucalipto em alta escala. Poderemos até ter um Maranhão rico, porém, com seu povo cada vez mais excluído do processo produtivo e condenado a extrema pobreza.
Portanto para que o Plano Brasil sem miséria tenha eficácia, desafiamos o governo Roseana Sarney, a lançar também seu Programa de combate a pobreza, levando em consideração a erradicação do analfabetismo a regularização das terras dos trabalhadores posseiros, dos quilombolas e dos índios, estruturando a SEDAGRO, AGERP, ITERMA e garantindo equipamentos e técnicos bem pagos e capacitados para prestarem assistência técnica aos agricultores familiares.
Só com este tratamento as nossas famílias do campo, poderemos reverter esta triste história, e quem sabe, passar de importador a exportadores de alimentos.
“Desafiamos o governo Roseana Sarney, a lançar também seu Programa de combate à pobreza, levando em consideração à erradicação do analfabetismo a regularização das terras dos trabalhadores posseiros, dos quilombolas e dos índios, estruturando a SEDAGRO, AGERP, ITERMA e garantindo equipamentos e técnicos bem pagos e capacitados para prestarem assistência técnica aos agricultores familiares”.
Por Chico Sales
Presidente da Fetaema
(Editorial do Jornal da FETAEMA)

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