quinta-feira, 21 de abril de 2011

30 anos de Via Sacra noAnjo da Guarda em Sao Luis

Comemorando 30 anos de apresentações e faltando apenas um dia para ser exibido no Bairro do Anjo da Guarda, o espetáculo “Via Sacra”, com o Grupo Independente de Teatro Amador (Grita), só conseguiu angariar apenas pouco mais de 20% do valor necessário para levar ao público o mais tradicional evento da Semana Santa em São Luís. A folha de custos do espetáculo foi fechada em R$ 700 mil, mas a coordenação da peça – cujo tema deste ano será “Da poeira aos palcos” – informou ao Jornal Pequeno que só tem em mãos R$ 195 mil. O governo do estado teria prometido ajudar com R$ 30 mil ou R$ 50 mil, mas até ontem a verba ainda não havia sido repassada.
Segundo a coordenadora administrativa do evento, Geane Sousa, os governos anteriores sempre contribuíam com R$ 200 mil. Nos últimos dois anos, esse valor caiu para R$ 100 mil. Geane ressaltou que em resposta a um ofício do Grita, protocolado na Secretaria de Cultura do Estado desde o início de março, foi dito que o valor doado seria entre R$ 30 e R$ 50 mil. “O espetáculo será exibido nos próximos dias 21 e 22, mas até o momento nada nos foi repassado. O pior é que por conta desse corte brusco no orçamento do estado, nosso espetáculo ficou prejudicado. A prefeitura só nos deu R$ 50 mil, e os empresários não demonstram interesse pelo evento, que hoje já leva o nome do Maranhão a vários estados, além de trazer para São Luís dezenas de turistas”, afirmou Geane Sousa.
A administradora explicou que houve uma redução considerável no valor já negociado com os profissionais contratados para montar o espetáculo, como marceneiros, carpinteiros, costureiras, entre outros, por conta do pouco dinheiro arrecadado.
Segundo Geane, também houve redução de pelo menos 20% do elenco cênico. “Conversamos com as pessoas e explicamos a situação, estamos renegociando valores e pedindo que as pessoas se doem voluntariamente. Há cenários em que o serviço de montagem está parado por conta desse impasse. Nossa comunidade precisa receber pelo que fazem, pois são pessoas humildes que já estão trabalhando no Via Sacra há pelo menos um mês”, disse Geane.
Membro da coordenação geral do espetáculo, Gigi Moreira, informou que a Via Sacra deste ano conta com mais de 1.200 pessoas envolvidas. O percurso pelas ruas do Anjo da Guarda será de mais de dois quilômetros, e será percorrido em quatro horas. A organização estima que passem pelo local 250 mil espectadores nos dois dias de apresentação.

quarta-feira, 20 de abril de 2011

Comentários sobre a "Trajedia de Realiengo"

Por: Paulo Matos 
Presidente Nacional do PHS


Um forte sentimento de dor tomou conta de nossos corações quando vimos a barbárie ocorrida no Realengo. Depois, durante o rescaldo da tragédia, pararemos para pensar e avaliar melhor a razão de tudo isso. Pensávamos que estávamos imunes a este tipo de ocorrência, que isso era coisa de norteamericanos, mais afeitos às armas e ao militarismo, e os Estados Unidos seriam o local em que esta bomba, rotineiramente, estouraria. Afinal, foi também num mês de abril (dia 20) de 1999 que aconteceu o massacre da escola de Columbine, no Estado do Colorado, com 13 mortos e 21 feridos, que se tornou um símbolo da luta contra a loucura das armas e de uma sociedade em que a vida se tornou banal e não tem sentido algum vivê-la. 
Entretanto, as semelhanças entre o Sul e o Norte da América param por aí. Se é verdade que os Estados Unidos têm uma legislação bastante permissiva para porte de armas de fogo, lá também eles têm um sistema legal e judiciário que funciona, e onde a sociedade tem uma "certeza razoável" (com o perdão da aparente contradição) de que existe prevenção, repressão, investigação e punição para o crime. O aparato legal e legislativo no Brasil é de dar dó, em que a ideologia dominante é a da impunidade. A imprensa por sua vez, está prestando um desserviço à sociedade ao dar tanto espaço ao ocorrido, com isso, estão permeando na mente de outros psicopatas a idéia de fazer o mesmo, vale lembrar que a ONU recomenda a não divulgação de suicídios, pois é notório que essa publicidade faz aumentar as ocorrências dessa natureza. No metrô de Viena ocorreram 22 casos de suicídio num período de 18 meses (o dobro do que fora registrado nos três anos anteriores)após uma cobertura sensacionalista de um incidente em 1986. Após a percepção de tal fato, a imprensa e a Associação Austríaca para a Prevenção do Suicídio iniciaram uma série de discussões sobre o assunto que culminaram com o desenvolvimento de um manual para os profssionais da mídia sobre como divulgar casos de suicídio. Nos cinco anos subseqüentes a esse manual, a taxa de suicídios no metrô austríaco caiu 75%. Não queremos com isso censurar a imprensa, mas apenas apelar para que divulguem de forma comedida para não alimentar outros psicopatas.
                Nossas escolas públicas são, então, verdadeiros depósitos de crianças e adolescentes provindos de famílias pobres, numa vã tentativa de tirá-los da rua e permitir que seus pais trabalhem para sustentá-los, mas sem garantir um nível aceitável de boa educação. Deveriam ter uma mínima infraestrutura de segurança, mas tudo é feito para maquiar a perversa realidade de uma situação caótica e paliativa. É lamentável ver alguns governantes dizerem que “foi um ato animalesco”, sabemos que um animal não mata por prazer, não mata por maldade....o que ocorreu deveria ser classificado como ato doentio, ou quem sabe, ato demoníaco !
                    Vale registrar a postura da Presidenta Dilma Rousseff, que decretou luto oficial de três dias pela morte das crianças da Escola Municipal Tasso da Silveira. As bandeiras em frente ao Palácio do Planalto foram imediatamente hasteadas a meio-mastro, minutos após o assassinato coletivo, a presidenta falou sobre o episódio e se emocionou. Ela que já passou por momentos tão difíceis e que teria elementos para ser “dura” e cética, foi rendida pela emoção e mais uma vez mostrou seu lado humano. Presidenta Dilma, não deixe nunca de se indignar, como foi neste momento, como foi no momento das tragédias ocorridas nos municípios da região serrana, também no Estado do Rio de Janeiro. O se indignar, faz com que continuemos nesta enorme luta de mudarmos este pais tão injusto. Este pais que tem uma das maiores desigualdades sociais. A senhora continuando a se indignar cotra estes absurdos e estas injustiças, será a certeza que teremos um governo fantástico, para aquela parte do povo que mais precisa de Governo.
              Acreditamos no Brasil e no humanismo, por isso, apesar da tristeza momentânea, trabalharemos cada vez mais por uma sociedade mais justa e solidarista.

Paulo Roberto Matos, Presidente Nacional do PHS
e;
Eduardo Machado, Secretário Geral Nacional do PHS

segunda-feira, 18 de abril de 2011

FHC desafia Lula para nova disputa e diz que petista está 'mamando na elite

 O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso rebateu nesta segunda-feira (18) as críticas do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva a respeito de seu artigo publicado na revista "Interesse Nacional". No artigo, FHC sugeriu ao PSDB evitar disputar com o PT a influência sobre os "movimentos sociais" ou o "povão" e priorizar a nova classe C.
O G1 entrou em contato com a assessoria de Lula, forneceu detalhes sobre a entrevista de FHC, e aguarda resposta.
Na última quinta-feira (14), em Londres, Lula disse: "Sinceramente não sei como alguém estuda tanto e depois quer esquecer o povão. O povão é a razão de ser do Brasil".
Em entrevista ao programa "Começando o dia", com o jornalista Alexandre Machado, na rádio Cultura FM, de São Paulo, FHC afirmou que "por razões político-ideológicas, dizem que o PSDB é da elite e o PT é do povo, isso não é verdade. Eu me elegi duas vezes presidente, eu fiz as políticas sociais. Quem começou todos esses programas sociais de bolsa foi o meu governo".
"Agora mesmo o Lula, lá de Londres, está dizendo a mesma coisa, com que moral? O Lula que era contra a privatização está lá falando para a Telefonica, ganhando US$ 100 mil, e o filho dele é sócio de uma empresa de telefonia. São contra a privatização, aderiram totalmente às transformações que nós provocamos e ainda vem nos criticar e dizer que nós somos a favor da elite contra o povo e estão mamando na elite", disse FHC.
Na semana passada, Lula viajou à Europa a convite da Telefonica, empresa espanhola que em 1998 comprou a Telesp durante o processo de privatização do sistema Telebrás no governo FHC . Em Londres, Lula deu uma palestra em um seminário da Telefonica para banqueiros e empresários. O ex-presidente também foi à Espanha para receber o 3º Prêmio Libertad Cortes de Cádiz e se encontrar com o primeiro-ministro José Luiz Rodríguez Zapatero.
Durante a entrevista, FHC desafiou Lula para uma nova disputa. "O Lula, lá de Londres, refestelado na sua vocação nova, ainda se dá ao direito de gozar que estudei tanto tempo para ficar contra o povo. Ele se esquece que eu o derrotei duas vezes e quem sabe ele queira uma terceira. Eu topo". 
"Se ele quiser discutir, debater comigo, eu estou aberto. E não é porque eu tenha estudado. Eu acho lamentável que um ex-presidente da República o tempo todo faça pregação da ignorância, do não estudo, é patético", afirmou FHC.
Classe C
De acordo com FHC, houve um "pinçamento" de partes do artigo para dizer que ele sugeriu ao PSDB esquecer o "povão". "Obviamente, o pinçamento é malicioso, de quem é contra (...) Eu não disse isso. Eu disse uma obviedade, que o PT controla os movimentos sociais", afirmou.
"As políticas sociais para os mais carentes, eles [PT]estão utilizando de uma maneira demagógica, eleitoralmente. Então eu disse que enquanto isso for assim, nós [PSDB] não temos os recursos políticos para enfrentar isso, mas existe uma parte enorme do povo, a expressão 'povão' é do PT em geral, que não participam disso e nós temos muito espaço para avançar nesses setores, as novas classes sociais, a classe C. Foi isso que eu disse, uma obviedade", afirmou FHC durante a entrevista.
O ex-presidente disse ter sugerido ao PSDB que fale "com a população para ver quais são seus novos anseios de uma sociedade que é muito mobilizada".
Questionado sobre a reação negativa do PSDB ao seu artigo, FHC afirmou ter recebido declarações favoráveis do governador de São Paulo, Geraldo Alckmin; do senador Aécio Neves (MG) e do ex-candidato à Presidência José Serra. Ele disse ainda que "a celeuma se dá entre os políticos, a população não está prestando atenção a este tipo de briga". FHC concluiu a entrevista afirmando que o PSDB não deve discutir intrigas, mas sim os problemas do povo.