domingo, 15 de maio de 2011

Juros de volta ao patamar de 2008

Taxas de empréstimo pessoal também sobem e chegam a 5,60%

Rio - Clientes de bancos voltaram a pagar mais por empréstimos pessoais e por terem entrado no cheque especial este mês. Pesquisa divulgada ontem pela Fundação Procon de São Paulo mostra que os juros das duas modalidades de crédito subiram, atingindo os maiores valores dos últimos dois anos. Segundo o levantamento, a taxa média do empréstimo pessoal passou de 5,49% ao mês, em abril, para 5,60% ao mês em maio. Já a média cobrada de quem abusou do limite do especial alcançou 9,47% ao mês.
A pesquisa verificou elevação das taxas de empréstimo pessoal para clientes do HSBC (de 4,5% para 4,99% ao mês), do Santander (de 5,63% para 5,99% ao mês), Itaú (de 6,38% para 6,41% ao mês) e Bradesco (de 6,08% para 6,1% ao mês). A única instituição financeira que diminuiu juros foi o Banco do Brasil, reduzindo a taxa de empréstimo pessoal de 5,48% para 5,39% ao mês. Os demais bancos mantiveram suas taxas de crédito para clientes.
CHEQUE ESPECIAL
Quanto ao cheque especial, a pesquisa do Procon-SP detectou altas na Caixa Econômica Federal (de 7,31% para 7,95% ao mês), no HSBC (de 9,8% para 9,95% ao mês), no Itaú (de 8,96% para 8,99% ao mês) e no Bradesco (de 8,83% para 8,85% ao mês). O restante dos bancos não mexeu nos juros. Fizeram parte da pesquisa do Procon-SP Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica, HSBC, Itaú, Safra e Santander.
Segundo o Procon, os dados coletados no dia 4 de maio são referentes a taxas máximas pré-fixadas para clientes não preferenciais, independentemente do canal de contratação. Para o cheque especial foi considerado o período de 30 dias de uso.
Pense bem antes de pegar empréstimo
Em tempos de juros altos, o Procon-SP orienta aos consumidores analisarem bem se precisam pegar empréstimo ou entrar no cheque especial. Para os técnicos da fundação, o cliente bancário deve fazer a si mesmo, pelo menos, três perguntas antes de pedir para o gerente da agência liberar o crédito: “Preciso realmente do empréstimo agora?”; “Escolhi a modalidade com as melhores condições (taxa de juros, prazo, despesas de contratação)?”; e “Tenho condições de honrar os pagamentos até o fim?”.
Os especialistas afirmam que para responder a essas questões, é necessário que o consumidor analise a real necessidade de pegar um empréstimo para pagar juros, estabeleça prioridades, planeje cuidadosamente o orçamento e procure pesquisar e comparar as linhas de crédito oferecidas no mercado financeiro.
O momento não é oportuno para realizar financiamentos ou solicitar empréstimos pessoais, defende o Procon-SP em nota.
INADIMPLÊNCIA DEVE CRESCER
O atraso de pagamento de dívidas deverá se manter em patamares altos no segundo semestre deste ano. A avaliação é de pesquisa da Serasa divulgada ontem. Segundo o levantamento, o indicador cresceu 1,4% em março de 2011, pela oitava vez mensal consecutiva, marcando o índice de 99,3.
“O maior grau de endividamento dos consumidores, a elevação da inflação, o encarecimento do crédito e as perspectivas de um crescimento mais brando da economia e do mercado de trabalho neste ano de 2011 estão gerando maiores dificuldades para as pessoas honrarem seus compromissos financeiros”, avaliou a Serasa em nota ao mercado.
Além das pessoas físicas, as empresas brasileiras também terão dificuldades de honrar seus compromissos. Neste campo, o indicador de inadimplência subiu 1,7% em março, atingindo o patamar de 91,9, o quarto avanço mensal consecutivo.
Para a Serasa, esse movimento é um sinal de que a inadimplência empresarial deverá sofrer leves altas devido ao baixo ritmo de crescimento da economia e provocadas pelas condições de crédito menos favoráveis em 2011.
“Os juros mais elevados e os prazos menos elásticos continuarão exercendo pressões sobre o custo financeiro das empresas”, observam os economistas da Serasa, em nota.
No mês de abril, houve um acréscimo de 17,3% no nível de inadimplência em comparação com o mesmo mês no ano passado, segundo a Serasa.

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